Ouro bate recorde em Nova York com tarifas do governo americano sobre o metal. Na agenda local, Diogo Guillen fala em evento. Petrobras decepciona com balanço e anuncia dividendo menor que o esperado. Estatal aprova retorno à distribuição de GLP. Braskem negocia com Unipar a venda de unidades nos Estados Unidos, segundo fontes. Veja os destaques:

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Ouro dispara com tarifas

Barras de ouro em estoque na Suíça Photographer: Gianluca Colla

Os contratos futuros de ouro atingiram recorde em Nova York com a imposição de tarifas pelos Estados Unidos sobre importações de barras de um quilo e cem onças do metal. A medida ameaça interromper os embarques da Suíça e de outros importantes centros comerciais e de refino, incluindo Hong Kong e Londres, onde os preços são negociados com grande desconto em relação ao mercado americano. “A longo prazo, a existência de tarifas dos EUA sobre produtos de ouro entregáveis levanta a questão sobre o papel da negociação de futuros nos EUA”, disse Joni Teves, estrategista do UBS. O petróleo opera em leve alta, embora siga para queda semanal, enquanto mercado aguarda os próximos passos de Donald Trump em relação à Rússia. O presidente americano disse que estaria disposto a se encontrar com Vladimir Putin, mesmo que o líder russo ainda não tenha concordado em se reunir com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy. Os futuros do minério de ferro operam de lado em Singapura.

Fala de Diogo Guillen

Em meio à manutenção do tom de cautela da autoridade monetária com o cenário externo e o efeito econômico das tarifas, os investidores monitoram participação do diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, em evento promovido pelo JOTA, aberto à imprensa, a partir das 9:00. O nível de incerteza do ambiente externo segue alto e isso requer um nível de juro restritivo, disse ontem o diretor de Política Monetária do BC, Nilton David. Segundo ele, o BC não vai hesitar em aumentar sua taxa de juros se perceber que política monetária não foi suficiente para trazer a inflação para a meta. O IPC-S, índice de preços ao consumidor da Fundação Getúlio Vargas, ficou em 0,38% na primeira quadrissemana de agosto.

Dólar e yields; Fed no radar

O índice dólar tem alta leve e anula pequena parte da queda da semana, quando a moeda americana estendeu suas perdas diante do impacto das tarifas, do enfraquecimento do mercado de trabalho e da nomeação de Stephen Miran como membro do Federal Reserve. Uma série de dados dos EUA na próxima semana pode ajudar a moldar as perspectivas para a política monetária, com destaque para a inflação ao consumidor e produtor, além das vendas no varejo. Os rendimentos dos títulos dos títulos do Tesouro de 10 anos permanecem praticamente inalterados, perto de 4,25%.

Petrobras decepciona

A Petrobras registrou resultados e dividendos abaixo do esperado pelo mercado no segundo trimestre, já que a queda nos preços do petróleo anulou os efeitos do aumento da produção. O Ebitda ajustado da estatal ficou em R$ 52,26 bilhões, alta de 5,1% ano a ano e abaixo da estimativa de R$ 56,94 bilhões. A companhia pagará R$ 8,66 bilhões (US$ 1,6 bilhão) em dividendos e juros sobre capital próprio, abaixo dos US$ 2,2 bilhões previstos pelo mercado. Ainda, o conselho da petroleira aprovou a volta da empresa ao mercado de distribuição, focando em GLP e soluções de baixo carbono. A companhia elevou os investimentos em 30,6% em relação ao ano anterior, para US$ 4,4 bilhões.

Unipar e Braskem

Refinaria da Braskem na Pennsylvania. Photographer: Luke Sharrett/

A gigante petroquímica brasileira Braskem entrou em negociações preliminares com a Unipar Carbocloro para vender suas unidades de polipropileno nos Estados Unidos em um momento de lucros fracos e níveis crescentes de dívida, de acordo com pessoas familiarizadas com as negociações. A Unipar, maior produtora de cloro e soda cáustica da América do Sul e a segunda maior produtora de PVC da região, vê os problemas financeiros da Braskem como uma oportunidade de adquirir ativos que expandiriam seus negócios para os EUA, disseram algumas das pessoas que pediram para não serem identificadas por discutirem assuntos confidenciais.Os ativos são avaliados em cerca de US$ 1 bilhão. As duas partes assinaram um acordo de confidencialidade, acrescentaram as pessoas. A Braskem não confirmou que está negociando a venda de seus ativos nos EUA, que descreveu como “fundamentais” para implementar sua estratégia corporativa.

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