Roberto Campos Neto fala em evento nesta manhã. Focus eleva projeção para IPCA e Selic no próximo ano. Presidente Lula cancela ida à Rússia após acidente doméstico. Futuros em Nova York recuam com investidores atentos aos balanços. Corte de juros por bancos chineses impulsiona metais e petróleo sobe com preocupações sobre oferta em meio ao conflito no Oriente Médio. Vale diz que acordo sobre Mariana segue em negociação. Veja os destaques:

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Em meio aos riscos fiscais que pesam sobre as apostas em altas dos juros, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, palestra às 10:30 em reunião promovida pela 20-20 Investment Association, em São Paulo. Também na capital paulista, o diretor de Política Econômica Diogo Guillen participa das reuniões trimestrais com economistas. A expectativa do mercado para o IPCA subiu para 4,50% em 2024, de 4,39% na semana anterior e para 3,99% em 2025, de 3,96%, segundo a pesquisa Focus do BC. A estimativa para a Selic foi elevada para 11,25% em 2025, de 11%.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi atendido no hospital Sírio-Libanês neste sábado depois de sofrer um acidente doméstico em que feriu a cabeça, em Brasília, segundo boletim médico divulgado pelo governo no domingo. Médicos que trataram o presidente recomendaram que ele evitasse viagens de longa distância, mas disseram que poderia continuar com suas funções regulares. Lula cancelou viagem à Rússia e participará da cúpula do Brics por videoconferência. Ele terá agenda normal nesta semana, segundo comunicado do Planalto.

Lula. Photographer: Jeenah Moon/Bloomberg

Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano sobem e o índice dólar estende os ganhos da última semana, enquanto a agenda dos Estados Unidos nesta segunda-feira traz o índice de antecedentes e falas de dirigentes do Fed como Lorie Logan e Neel Kashkari. Os yields de dez anos do tesouro americano podem chegar a 5% nos próximos seis meses com o aumento das expectativas de inflação e preocupações com os gastos públicos dos EUA, segundo a T. Rowe Price. Na semana, dados de atividades e resultados de empresas como Tesla e Boeing são destaques. Os futuros dos índices em Nova York e bolsas europeias operam em baixa, com os investidores atentos aos balanços e riscos geopolíticos.

O minério de ferro e metais básicos subiram com o corte feito por bancos chineses nas taxas de juros de referência de um ano e de cinco anos, como parte do esforço do governo chinês para garantir o cumprimento das metas de crescimento deste ano e estimular o mercado imobiliário. Os futuros do minério chegaram a avançar mais de 1% em Singapura, para acima de US$ 103 a tonelada, antes de reduzir os ganhos. O petróleo opera em alta — após perder quase 8% na semana passada — enquanto operadores monitoram os riscos para a oferta em meio às tensões no Oriente Médio. O brent subiu para US$ 74 o barril e o WTI ultrapassou US$ 70. No sábado, um drone do Hezbollah explodiu próximo à casa particular do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e no dia seguinte, Israel iniciou novo ataque militar em redutos do grupo no Líbano.

Vale, BHP e Samarco avaliam que os termos do acordo definitivo sobre Mariana em discussão com autoridades brasileiras alcance valor financeiro de cerca de R$ 170 bilhões. Do total, R$ 100 bilhões devem ser pagos ao longo de 20 anos, outros R$ 38 bilhões são referentes a valores já investidos em medidas de remediação e compensação e R$ 32 bilhões seriam para obrigações de execução da Samarco. A Vale estima que R$ 5,3 bilhões serão adicionados aos passivos associados à reparação de Mariana nos resultados do terceiro trimestre. Segundo a mineradora, nenhum acordo final foi assinado. Em Londres, a BHP começa a se defender nesta semana em julgamento de ação coletiva na qual mais de 620.000 brasileiros pedem cerca de £ 36 bilhões (US$ 46,9 bilhões) em compensações.

• O início do ciclo de flexibilização do Federal Reserve deveria ser o tão esperado catalisador de uma recuperação nas ações brasileiras. Em vez disso, as ações brasileiras estão entre os piores desempenhos do mundo, fazendo com que os valuations se aproximassem do nível mais baixo em relação ao índice de referência de mercados emergentes em mais de uma década. A bolsa está atrás da maioria dos seus pares, prejudicada por um governo que alimenta o gasto fiscal, forçando o Banco Central a tomar uma postura agressiva para conter as expectativas de inflação. Taxas de juro mais elevadas, com a Selic a 10,75%, afastam os investidores das ações e os aproximam de renda fixa local que prometem retornos de dois dígitos com pouco risco.

• A Equatorial, empresa distribuidora de energia, trabalha com o Banco J. Safra como assessor na venda de ativos de energia eólica, disseram pessoas familiarizadas com o assunto. A companhia está considerando vender alguns ou todos esses ativos, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque as discussões não são públicas. Equatorial disse que está sempre atenta às oportunidades de mercado, mas não comenta sobre possibilidades de negócios ou aquisições. O J. Safra não comenta.

Photographer: NELSON ALMEIDA/AFP

• Um detentor de títulos da Odebrecht Engenharia e Construção registrou uma objeção ao plano de recuperação judicial da empresa, alegando que confere “tratamento mais favorecido” a credores maiores, de acordo com documentos vistos pela Bloomberg News. Embora todos os chamados bondholders possam participar no fornecimento de financiamento DIP à empresa, o valor mínimo exigido “desproporcionalmente alto” torna difícil a adesão de pequenos detentores de títulos, diz o documento apresentado pelo credor SAB Two Capital Limited. O BTG não retornou pedido de comentário.

Os rendimentos dos títulos de dez anos do tesouro americano podem chegar a 5% nos próximos seis meses com o aumento das expectativas de inflação e preocupações com os gastos fiscais dos EUA, segundo a T. Rowe Price. De acordo com pesquisa do blog de mercados da Bloomberg, o índice S&P 500 deve se aproximar de 6.000 pontos até o final do ano. Três quartos dos 411 entrevistados esperam que os balanços corporativos impulsionem o índice. E o presidente Lula cancelou a viagem que faria à Rússia para a cúpula anual do BRICS, depois de sofrer um acidente doméstico no Palácio do Planalto. Com Patricia Xavier. Ouça aqui.